domingo, 31 de agosto de 2014

Voltando para o hotel (e despedida da Torre Eiffel)

Champ de Mars, Paris, 27 de setembro de 2011

Salut à tous!

Parecia o trajeto mais longo da minha vida: ter que voltar pro hotel...


Sentei um pouco em frente ao carrocel e fiquei vendo ele girando e girando e a Torre Eiffel iluminada atrás.

Eu tinha uma tarefa importante para fazer em Paris. Hoje era o dia. Desde o planejamento eu já tinha isso na minha cabeça, aliás desde muito e muito tempo atrás, levei uma garrafinha de vidro pra encher com a água do Rio Sena, sim é verdade haha Desci lá perto dele com a minha garrafinha de água já vazia, fiquei lá observando o movimento, afinal não queria levantar suspeitas e passar por doida, porque né, normal querer trazer água do Rio Sena né??? Super !! Olhei pros lados e era minha chance, enfiei minha garrafinha de água lá e enchi (será que alguém viu e ficou pensando que eu ia beber? kkkkkk)

Depois passei finalmente por debaixo da Torre Eiffel pela última vez, triste e depois fui me instalar confortavelmente num lugar privilegiado no Champ de Mars usando meu mochilão de travesseiro até a Torre Eiffel piscar mais uma vez.

Só que em Paris parece que nunca estamos sozinhos, não... Logo, logo vai aparecer um estraga prazeres

Estava eu lá, num momento íntimo de despedida da minha Torre Eiffel querida e amada, estava sozinha e queria ficar ali quietinha, curtindo minha tristeza, mas !! De repente!!! Alguém taca uma câmara fotográfica na minha cara: Photo please!! Só imaginem se eu não queria morrer !!!!

Mas tentei ser gentil mesmo nessas situações, bom tirando que eu dei aquele olhar fulminante nível 5, virei os olhinhos e dei até uma bufadinha à la française, eu fiz a foto que eles tanto queriam (e nem se tocaram que NÃO se interrompe uma pessoa sentadinha no Champ de Mars olhando para a Torre Eiffel). E adivinha só da onde eles eram? Um casalzinho grudento e saltitante de bra-si-lei-ros, não poderia ser diferente, e eu não fiz questão que eles soubessem minha procedência hahaha falei em inglês mesmo. E pra desgraça ser completa, perto de mim tinha uma moça sozinha também e logo gritou: Oiii eu sou brasileira também, vcs querem que eu tire mais fotos?? (até parece que eles não queriam, né?)

Eu mereço!!

Com isso, como não esquecer minha despedida noturna da Torre Eiffel?? Eu, estafada, morta em cima da minha mochila, sem forças pra mexer um músculo se quer, e um casalzinho saltitante fazendo as mil poses mais bregas da história do casais em frente à Torre Eiffel........ e a Torre Eiffel piscando atrás. (não tenho registros dessa cena, só me lembro que parei um pouco de respirar e meu coração parou um tempo de bater). 



















Meia hora depois eu consegui superar esse ocorrido e tomei coragem para me levantar e voltar pro hotel, quer dizer, foi difícil, dava dois passinhos, ficava 10 minutos olhando a Torre Eiffel com cara de cachorro abandonado, dava mais dois passinhos, olhava pra trás, parecia que ela tentava me dizer: Já vai? ainda está cedo! 

O retorno pro hotel foi deprimente, aquele caminho que eu fiz tantas vezes, quase todos os dias saltitando pelas ruas de felicidade, já não tinha mais o mesmo gosto, esperar o semáforo, passar pelos cafés lotados, cruzar com os parisienses snobes, ver o luminário vermelho do Monoprix reluzindo na noite escura, virar a esquina e escutar o metrô da linha 6 passar rasante por cima da minha cabeça, mais e mais cafés, a floricultura e finalmente o hotel.

Chegando no meu quarto eu lembrei que tinha esquecido de comer ! hahaha E não é que tinha a baguete que eu comprei lá no Château de Versailles?? E tava boa demais!!! Sim, mais uma vez a refeição foi baguete!! Tomei banho, coloquei pijama e... tinha que fazer o negócio mais chato da viagem inteira: arrumar as malas pra voltar! Arrumar as malas já é um saco por si só, mas pra voltar nossa, é horrível!!! Tudo bem que a gente vai pegando tudo que a gente comprou durante a viagem, vai lembrando de cada momento, mas e espaço pra caber tudo isso??? Onde tem??? Quando eu peguei meu celular para carregar, tinha uma mensagem do Monsieur dizendo pra eu aproveitar bastante meu último dia aquilo até arrancou um sorrisinho meu, ele foi um anjo mesmo, e se desculpando por a gente não poder se encontrar. Na tv tava passando um filme super engraçado que eu adoro com o Jean Dujardin (OSS 117 : Rio ne répond plus) pra me animar um pouco mais a começar logo a minha tarefa. Foi duro. Me abraça?

À bientôt !